sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Loucura ou sonho: a história esquecida de Monteiro Lobato

Monteiro Lobato é particularmente associado à literatura infantil, já que graças a ela se tornou o escritor querido e conhecido de gerações de brasileiros. Entretanto, o rótulo de “escritor das crianças” encobriu inúmeros aspectos interessantes e instigantes da vida desse homem de mil facetas, que serão o foco dessa exposição.

A convite da livraria Capítulo 4, o colecionador Ricardo Ferreira expõe parte de sua Lobatiana, formada por centenas de livros ligados ao escritor que ajudam a revelar um pouco mais de nossa história e cultura. Ao lado de um painel contando um pouco da história desse brasileiro singular, estarão expostos livros raros, primeiras edições e traduções da obra lobatiana.

A Capítulo 4, a livraria que São Paulo merece, apóia essa iniciativa e tornou possível a realização dessa exposição.

Fazendo da qualidade de vida o seu tema e o seu foco, é um espaço de encontro entre o leitor e o livro, com a qualidade e o conforto que só as melhores livrarias do mundo têm. Tudo isso, mais um saboroso café em ambiente aconchegante, faz da Capítulo 4 um lugar criado especialmente para você.

Contação de histórias: Sábados, dias 03 e 10 de outubro, e Domingo, dia 11 de outubro, às 15h.

Loucura ou sonho: a história esquecida de Monteiro Lobato.
De 02 a 18 de outubro de 2009
Abertura: 02 de outubro, às 19h
Visitas programadas para escolas

Rua Tabapuã, 830 Itaim Bibi
Fones: 2737 2037 / 2737 2038



quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Colégio Maria José - 104 anos




Recentemente recebi uma mensagem da professora Tania Camargo Reginato, dizendo ter achado este blog em sua procura por informações sobre a história da cidade.

Em nossa conversa virtual ela contou -me que é professora de arte no Colégio Maria José, nos Campos Elíseos, e que este ano o colégio completa 104 anos de história.

Segue um texto de sua autoria contando um pouco mais sobre o assunto:


"O Colégio Maria José completa em 2009, 104 anos de existência educativa. Sua história nasceu junto com o progresso de Conrado Wessel, produtor exclusivo de papéis fotográficos para a KODAK do Brasil. De origem alemã, nascido na Argentina este empreendedor adquire vários imóveis nos bairros de Campos Elíseos, Barra Funda, Santa Cecília e Higienópolis por volta de 1920.

Contam que nesse período, Wessel encontra duas mulheres que seriam muito importantes em sua vida: Frida e Maria José, ambas envoltas em uma aura de mistério.

Maria José era filha de italianos, professora de profissão, moradora do bairro de Higienópolis, onde conheceu Wessel e tornou-se sua amiga. Segundo os boatos, Conrado Wessel mantinha um carinho especial por Maria José, por julgá-la uma mulher lutadora por seus ideais.

Frida era uma mulher da sociedade paulistana, casada com um diplomata quando conheceu Wessel e largou tudo para viver um grande romance.Não se sabe ao certo, mas algum tempo depois, as histórias se fundem em uma só e conta a lenda que a escola fora construída para abrigar um amor impossível entre um homem da sociedade paulista e uma professora. Impossibilitados de viver esse amor, o homem compra a escola para a amada.

A história real, contada por seu grande amigo, Prof. Caricati, afirma que Wessel era um homem muito inteligente que tinha como meta de vida a construção civil. Diz ele:

-“Conrado tinha uma amizade grande por Maria José e sabia de seus sonhos, por isso achou-se no direito de passar-lhe o imóvel onde já existia uma escola com o nome Instituto Príncipe de Nápoles. Em 1927 esta instituição passa a denominar-se “Instituto Zeppegno” e em 1937, com a mudança de direção, passou a denominar-se Instituto de Educação Maria José”.

Tereza Fernandes, ex-aluna do Colégio na década de 50 (1949 - 1956), conta-nos:

-“O que mais admirava no Colégio era não haver qualquer tipo de discriminação. Em minha sala, por exemplo, havia meninos e meninas com dificuldades de aprendizagem, Síndrome de Down, entre outros. O Colégio não tratava ninguém como coitadinho, eram todos iguais. Em 1956, era época de João Goulart. A criançada era toda politizada e tínhamos reuniões pela UNE, greves, passeatas. Enfim, todos revolucionários!”

Ainda outro ex-aluno do colégio, o tradutor e escritor Carlos de Paula, residente em Miami, fala em seu blog dos tempos de colégio:

- “Freqüentei o Colégio Maria José de São Paulo durante cinco anos, de 1966 a 1970, do jardim ao quarto ano. A escola, cujo slogan extra-oficial era 'entra homem, sai muié', fica na Alameda Glete, nos Campos Elíseos. Pelo menos na minha época, tinha uma unidade 2 em Higienópolis, numa rua cujo nome não lembro. Esta unidade tinha inclusive um teatro, no qual encenei minhas primeiras peças. (...)

Tenho algumas histórias dessa época, mas hoje me lembrei de um fato engraçado. A escola, cujo nome havia sido mudado para Instituto de Educação Maria José, por que razão não sei, tinha um hino. Não sei se tem até hoje. Não me lembro da letra inteira, lógico. Mas o refrão dizia algo assim 'O Instituto Maria José, (não sei o que) nossas consciências, nós te saudamos de pé'. O hino a gente cantava sentado. Na hora de dizer 'nós te saudamos de 'pé', a criançada toda levantava e era aquela barulheira. Verdadeiro áudio-caos”. (Texto extraído do Jornal do Maria José – ano I – nº 1; Maio/Junho 2009. Karla Sanchez)


O Colégio Maria José passou por grandes modificações desde então: direção, quadro de professores, mantenedores. Hoje, a nova equipe mantenedora preocupa-se com a história escondida entre tantas paredes. O prédio, tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional passa por algumas reformas a fim de manter preservado este tesouro. O salão principal, antes utilizado como espaço cultural, volta agora às suas origens aguardando a oportunidade onde os trabalhos de seus alunos serão novamente expostos como registro do trabalho que a escola oferece à educação, seguindo a tradição e os sonhos da professora Maria José e de seu amigo, Wessel no início do século XX.


De acordo com os relatos, é possível testemunhar a existência da escola muito antes de 1904. Mas, infelizmente, não existem documentos da história da escola quando “Instituto Príncipe de Nápoles”. Por esse motivo, a equipe responsável por sua direção mantém-se fiel aos registros históricos e comemora 104 anos de existência.


Para comemorar essa data, o Colégio Maria José terá como tema de sua Feira Cultural do ano de 2009, a história destes 104 anos, com data prevista para sua realização em 24 de Outubro, a partir das 10h00. Todos os professores e alunos, juntamente com a equipe diretiva, administradores e demais funcionários reúnem esforços para que o evento possa dar conta de tantos anos de história."

Tânia C. de Camargo Reginato (Professora de Arte)


http://www.colegiomariajose.com/




As imagens fazem parte do acervo do Colégio e foram gentilmente cedidas para publicação neste blog.

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